domingo, 14 de agosto de 2011

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8ª questão. A filosofia das ciências parece-me encontrar uma dificuldade - o que também pode ser um grande bem! Desde que leve ao pensar. Uma dificuldade, dizia, que se marca por uma vantagem e uma desvantagem. A vantagem é a de , por um lado, servir de reflexão acerca dos pressupostos que orientam as ciências e suas descobertas, na pretensão de as apoiar nos seus fundamentos filosóficos (e metafísicos?). A desvantagem é a de, por outro lado, servir-se delas para desenvolver as suas pesquisas, mas mantendo-se aquém, uma vez que aquelas ganham sempre, duma maneira geral, mais 'visibilidade', digamos assim, no saber e progresso humanos. Pois um sábio, um cientista, um 'cérebro'*, como se costuma dizer, é geralmente mais tido em conta que um filósofo, um pensador, um intelectual - o que não significa que sabe mais. Mantém-se, portanto, uma clivagem difícil de compreender.
A questão que coloco é a seguinte: a filosofia com ciências virá, se não superar esta dificuldade, pelo menos repensá-la, fazendo com que filosofia e ciências sejam reformuladas a uma outra luz, ou seja, estabeleçam um outro e novo diálogo entre elas?*



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*Transcreve-se a 8ª questão pelo facto de na sua formulação escrita haver um ou outro elemento que nos pareceu relevante e que não foi referido em vídeo.
*P.S. : "Os cérebros que olham para o cérebro", título de um artigo de Ana Gerschenfeld no jornal Público (24/09/2011) a propósito do "I Simpósio Champalimaud de Neurociências" com sessão inaugural de António Damásio.

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