International Conference Philosophy of Science in the 21st century - Challenges
and Tasks - 4-6 December 2013 | Lisbon, Portugal
1. Fernando Belo -
«Porque é que as ciências precisam de laboratório? (determinação e
indeterminação no
âmbito da Filosofia com Ciências)».
«Pourquoi les sciences ont-elles besoin du laboratoire»
Ver texto de conferência em:
«Pourquoi les sciences ont-elles besoin du laboratoire»
Ver texto de conferência em:
2. Entrevista a Fernando Belo – por Sérgio Costa e Luís Tavares
LT: Estive a ouvir parte
da tua comunicação no computador enquanto tomava o pequeno almoço e depois tive de sair.
Como é que
posicionas o engenheiro e o cientista no contexto do laboratório, uma vez que
defendes haver aplicações de domínio científico por parte do engenheiro (por
exemplo, relativamente ao automóvel) que não dizem respeito à ciência quântica
e à de Einstein que são tidas geralmente como substitutas da ciência de
Newton, quando pelo contrário, é esta última ainda vigente nas tais aplicações
atrás referidas? Será necessário reflectir sobre o papel do engenheiro e do
cientista nas suas diferenças no contexto do laboratório mas também do
aleatório (por exemplo do tráfego) fora daquele? Se bem entendi, há questões
filosóficas que se jogam entre o engenheiro e o cientista. Ou não? E como? Como
se problematizam estas questões na leitura que fazes da Filosofia com Ciências?
07/12/2013
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FB: Se leres o texto da
comunicação, que lá não li, acho que é mais claro; improvisando oralmente com
tempo curto, a coisa certamente que fica baralhada.
1º o laboratório do
cientista, físico ou químico, descobre experimentando, supondo
uma teoria vinda de outras experimentações e buscando alargar essa teoria na
parte da experimentação que leva a efeito. Pode ter que descobrir uma equação
adequada, cujas variáveis são verificadas nos resultados da experimentação (ex.
com espaço, tempo, velocidade, aceleração). O laboratório do engenheiro inventa um
artefacto novo, recorrendo a várias rergiões da física e respectivas equações
que lhe permitem dimensionar esse artefacto. A questão entre eles é que são as
equações que são decisivas, as interpretações delas podem variar (como acontece
na questão a seguir: Newton é lido de maneira diferente por Einstein e pelos
quânticos).
2º as equações da
física da relatividade só funcionam para velocidades perto da da luz, para as
velocidades dos artefactos da maior parte das engenharias essas equações
resultam nas de Newton. O mesmo para a mecânica quântica cujas equações têm a
ver com dimensões espaciais da ordem das partículas sub-atómicas: em dimensões
macroscópias, as equações são as de Newton.
3º o fora do
laboratório é crucial para o engenheiro: qualquer tipo de máquina tem que se
ter em conta o trabalho que ela vai fazer. É o cientista que se pode descuidar
mais do fora do laboratório, mas é nas biologias que isso me parece mais óbvio
(texto sobre Damásio e T. Avelar, no blogue filosofia mais ciências 2).
A questão teórica mais grave que ponho ao físico tem a ver com a noção de
energia e de força atractiva (gravidade, nuclear, electromagnética), que
exponho a partir de Feynman em texto a publicar (ou em francês no blogue philo
avec sciences 2).
07/12/2013
Texto da comunicação:
Vídeo da comunicação nesta mensagem ou nesta ligação:
https://www.youtube.com/watch?v=vrx7ulPlfZE&feature=c4-overview&list=UU5mZ3LtH1nRFdlKb_xBo6lQ